quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Convergência Fixo-Móvel

Para verificar o anexo com as figuras, acesse: http://www.wbsilva.000webhost.info/Anexo_Convergencia.html

CONVERGÊNCIA FIXO-MÓVEL

AURIDÉLIA MOURA DE ARRUDA
WENDELL BARBOSA SILVA

Engenharia de Telecomunicações
Instituto de Educação Superior de Brasília - IESB

http://www.iesb.br
e-mail: txadoro@yahoo.com.br

Resumo – Em relação à tecnologia, o assunto que vigora nos dias atuais é a convergência, que vem se destacando de duas maneiras: o quadruple play e a combinação de acesso celular e de Wi-Fi dos dados. Nos EUA, as companhias a cabo mobilizaram-se rapidamente a lançar a TV combinada, a Internet broadband, e os serviços de telefonia da Internet, começando em 2003. Em 2005, as companhias a cabo adicionaram o wireless à mistura, oferecendo o quadruple play da telefonia celular, da TV, da Internet broadband, e do serviço de telefonia VoIP em um pacote. O triple play, entretanto, remanesce hoje em sua maior parte intacto, embora o quadruple play irá substituí-lo em cerca de duas décadas. Em um futuro próximo, a tendência é que as companhias a cabo não sejam as únicas a oferecerem o quadruple play. Portadoras como a SBC empacotarão o serviço de telefone wireless com sua broadband nova, landline local e interurbana, e serviços digitais da tevê, atividades às quais já se encaminham.
Neste artigo, há informações sobre tendências no setor de telecomunicações, bem como a topologia de novas redes para convergência de telefonia fixa-móvel e eventos atuais do setor, como a combinação de celular e Wi-Fi. Dentre eles está o fato de que as portadoras começarão a oferecer serviços empacotados dos dados, permitindo aos assinantes o acesso aos serviços de Wi-Fi e de redes celulares através de um pacote e em um dispositivo. O lançamento dos primeiros aparelhos de telefone compatíveis de VoIP wireless portáteis, por exemplo, vem permitindo que usuários façam chamadas de telefone VoIP em hotspots (pontos de acesso) autorizados ou em campus incorporados, mas conectando-se às redes celulares durante a maioria das outras vezes. O texto Convergence evolves from buzz word to market reality, da Fierce Wireless1, por exemplo, corrobora com a visão deste artigo de por que o tema convergência fixo-móvel é tão atual. [1] [2]

Abstract – In relation to the technology, the subject that invigorates in the current days is the convergence, that comes in emphasis in two ways: quadruple play and the combination of cellular and Wi-Fi data access. In U.S.A., the cable companies moved quickly to launch combined TV, broadband Internet, and Internet telephony services starting in 2003. . In 2005, cable companies had added wireless to the mix, offering the quadruple play of cell telephony, TV, broadband Internet, and VoIP telephony service in a package. The triple play, however, remains largely intact, even so the quadruple play will go to substitute it in about two decades. In a next future, the trend is that the cable companies are not the only ones to offer quadruple play. Carriers as the SBC will bundle wireless phone service with their new broadband, local and long distance landline, and digital TV services, activities to which already are directed.
In this article, it has information on trends in the sector of telecommunications, as well as the topology of new nets for telephony fixed-mobile convergence (FMC) and current events of the sector, as the combination of cellular and Wi-Fi. Amongst them it is the fact of that the carriers will start to offer bundle services of data, allowing the subscribers to access the services of Wi-Fi and of cellular nets through a package and in one device. The launching of the first handheld compatible devices of VoIP wireless telephone, for example, comes allowing that users make VoIP phone calls at authorized hotspots or on corporate campuses, but connecting to cellular networks during most other times. The text Convergence evolves from buzz word to market reality, from Fierce Wireless2, for example,corroborates with the vision of this article of why the subject FMC is so current.

Keywords – quadruple play, broadband, convergence, Wi-Fi, cable companies, triple play, carriers, wireless, fixed-mobile, cellular, bundle services, hotspots, networks.

Introdução

A convergência fixo-móvel, FMC (do inglês, fixed-mobile convergence), é um momento de transição no setor de telecomunicações que vai extinguir as diferenças entre redes fixas e móveis e proporcionar experiência superior aos clientes, ao criar serviços que combinam, de forma transparente, tecnologias de banda larga fixa e acesso local sem fio e atendem as necessidades dos clientes em casa, no escritório ou na rua.
Como se vê, o mundo todo presta atualmente muita atenção ao movimento de convergência. É o início de novos tempos para as Operadoras de Telefonia Móvel. A convergência digital vai misturar os ingredientes eletrodomésticos, computação e telecom. Nesta convergência estarão os serviços de Mobile TV (Móvel) e o Triple Play (Fixa). A Heavy Reading, empresa de marketing tecnológico, afirma que as fronteiras entre operadoras fixas e móveis do mesmo grupo serão, entre 2010 e 2012, bem tênues3. Já a empresa Ovum afirma que as operadoras que não têm operadora de telefonia móvel no grupo deveriam obter uma4, o que poderia ser uma orientação, ou um alerta, a brasileiras que operam separadamente e poderiam operar juntas. A convergência será a mais forte tendência nos próximos anos, indica a Ovum. [3] [4]
Exemplos são as operadoras de telefonia móvel NTT DoCoMo, japonesa, e KDDI, sul-coreana, e seus aparelhos híbridos W-CDMA FOMA e CDMA, respectivamente, com Wi-Fi (NTT=NEC N900iL e KDDI=celular CDMA/Wi-Fi).
Fusões e aquisições empresariais têm sido prática comum em busca da liderança do mercado convergente. Empresas querem atuar em várias unidades de negócios a partir da oferta de serviços combinados de telefonia fixa, celular, acesso à internet e TV. Em 2004, nos EUA, a Verizon Communications (consolidação da GTE e da Bell Atlantic, é uma das fornecedoras líderes do mundo wireline e em comunicações wireless. Em 2005, comprou a MCI para se fortalecer no mercado de telefonia fixa) e a Sprint (companhia global de telecomunicações que vem se dedicando à integração de comunicações à distância, local e wireless) trabalham conjuntamente com a SBC Communications, a 2ª maior operadora de telefonia fixa dos EUA e uma das acionistas da operadora de telefonia móvel Cingular Wireless (esta fez a aquisição da AT&T Wireless e o processo de compra foi aprovado pela FCC, Comissão Federal de Comunicações, órgão regulador americano). A SBC Communications tem conseguindo convergir fazendo uma mistura de telefonia fixa, móvel, VoIP, Wi-Fi, WiMAX, VoADSL e Entretenimento. [5] [6] [7] [8] [9]
O fato de a SBC ter se tornado uma imensa empresa de comunicações, devido às fusões e aquisições ocorridas, poderá trazer à tona fortes rumores de fusões entre fabricantes de equipamentos. Falou-se muito, por exemplo, de uma possível fusão entre Motorola e Lucent. [10]
Em Julho de 2004, a SBC fez vários acordos de roaming, levando Wi-Fi até o México com a Telmex, realizando pacto Wi-Fi com a Sprint, em agosto do mesmo ano, dentre outros convênios assinados. O foco da empresa é estabelecer contratos com outros provedores de Wi-Fi, de tal forma que todos os clientes da SBC tenham conexões em todo o território americano e até fora dele. A SBC cresceu rapidamente no mercado americano de Wi-Fi graças ao acordo com a UPS, provendo Wi-Fi por 66 lojas de varejo nos EUA. A idéia seria facilitar e alterar as formas de operar daquelas pessoas que trabalhavam durante todo o dia nas lojas.
A SBC contratou o Wayport, o maior WISP (Acrônimo de Wireless Internet Service Provider – Provedor de Serviços de Internet Wireless.) americano, para montar o seu serviço de Wi-Fi, o FreedomLink (rede pública de Wi-Fi que a SBC Comm afirmou, em 2004, que sua Operadora de Telefonia Móvel, a Cingular Wireless, utilizaria para suplantar sua cobertura de telefonia móvel), ao invés de montar um departamento próprio sem experiência no negócio para fazer este serviço. Assim, conseguiram um acordo para prover serviço Wi-Fi via Wayport para a empresa de fast-food Mcdonalds, provendo o serviço por todas as filiais, e, além do Wi-fi, é fornecido o serviço de banda larga (DSL), em que a Wayport não entra no acordo.
Os acordos de roaming do seu serviço FreedomLink com vários aeroportos americanos é muito importante para a empresa no negócio de Wi-Fi. Nas residências a venda de 3.000 roteadores diários ou adaptadores é uma estratégia de empacotamento que a SBC vem utilizando há muito tempo e que começou no mundo pela operadora KTC (Korea Telecom Co, empresa de telecomunicações que busca aumentar sua receita de serviços de banda larga denominado Megapass), da Coréia do Sul (país líder de banda larga no mundo, com maioria de usuários de banda larga ADSL), e pela Telecom Itália com a sua oferta de sucesso, o provedor de acesso (ISP, Internet Service Provider) Alice. [11]
A Telecom Itália anunciou que lançaria em 2006, na Itália, seu primeiro telefone convergente, capaz de transportar uma chamada por redes fixas e móveis, enquanto sua rival britânica British Telecom lançou, em 2005, seu aparelho convergente, voltado para usuários domésticos e empresariais. A gigante italiana da telefonia lançou ofertas combinadas de telefonia fixa e móvel antes de adotar o telefone convergente, aparelho que conecta redes fixas por meio da tecnologia de transmissão de dados sem fio Wi-Fi e funciona como um celular fora de casa. A Telecom Itália também tem planos de distribuir conteúdo por televisão, computadores e celulares para enfrentar o mercado, cada vez mais competitivo. Estão sendo realizados testes na empresa com televisão pela Internet, que envia um sinal digital por uma rede banda larga de cabos. A transmissão de televisão ao vivo a celulares foi acordada com a produtora de conteúdo Mediaset. [12]
Os pontos de acesso Wi-Fi da AT&T (empresa comprada pela SBC) têm por objetivo trabalhar com a maioria de dispositivos Wi-Fi permitidos, tais como laptops, telefones celulares habilitados para uso Wi-Fi, e assistentes digitais pessoais (PDAs, personal digital assistants). O acesso roaming está disponível devido aos acordos entre AT&T Wi-Fi e outros fornecedores Wi-Fi a fim de permitir que clientes da AT&T Wi-Fi acessem sua rede em determinados pontos de acesso. Há alguns tipos específicos de serviços (premier) em que o roaming é incluído. [13]
Em contrapartida, várias Telcos anunciam planos de convergência das redes de Telefonia Móvel com Wi-Fi, e os primeiros equipamentos que podem operar em ambas as redes começam a aparecer. A rede pública de Wi-Fi da SBC será utilizada para chamadas telefônicas dos usuários da Cingular e provavelmente também da AT&T Wireless. Os telefones automaticamente perceberão quando um usuário está próximo de um ponto de acesso Wi-Fi, e automaticamente "chavearão" para uma rede Wi-Fi, e a SBC Comm se programava para ter estes equipamentos inteligentes no final de 2005. É a tecnologia Seamless Handoff, implementação de roaming para celular através de pontos de acesso (hotspots) Wi-Fi (essa tecnologia ainda não está implementada para o Wi-Max, pois o padrão Wi-Max móvel ainda não está homologado, mas há tecnologias proprietárias).
Devido a sua oferta de Wi-Fi, a SBC Comm tende a investir menos em redes de telefonia móvel. Ela poderá também preencher os "gaps" de cobertura da Cingular utilizando hotspots de Wi-Fi para fazer a cobertura de celular em restaurantes e residências para aliviar de alguma forma a demanda de espectro de uma Operadora de Telefonia Móvel.
Devido aos custos existentes, o serviço de dados em telefonia celular pode ser mais rejeitado, pela forma como é cobrado do cliente, em comparação à conexão Wi-Fi. Nesta, o consumidor sabe a priori quanto pagará pelo serviço; naquela, o usuário poderá pagar, dependendo da operadora, proporcionalmente por kilobytes transmitidos e, como não há como ele saber determinados custos, conseqüentemente não terá conhecimento, no caso de pós-pago, de quanto desembolsará. [14]
A SBC está investindo bastante em uma rede e em serviços avançados (VoADSL com tecnologia da Microsoft) para seus assinantes, e a Alcatel (empresa francesa que provê soluções de comunicações aos ISPs, às portadoras de telecomunicações e empresas para a entrega de aplicações de voz, dados e vídeo a seus clientes ou empregados, ela desfruta de posição de liderança em redes broadband fixas e móveis, aplicações e serviços, e tem por objetivo ajudar seus sócios e clientes a construírem um mundo broadband centrado no usuário) vai ser o Prime Contractor (principal contratante) de fornecimento de equipamentos de rede e serviços de integração de sistema de vídeo para o Projeto Lightspeed, uma iniciativa da Operadora de grande investimento em fibra na sua rede, para proporcionar aos seus clientes serviços baseados no protocolo IP, incluindo TV IP, VoIP e acesso a Internet ultra-rápido. Diz-se que a Alcatel, depois da SBC Comm, tentará um fornecimento semelhante para a sua sócia na Cingular, a Baby Bell Bell South.
Essa estratégia convergente representa um foco de alto valor agregado, uma rede de grande largura de banda, usando múltiplos tipos de rede para ultrapassar os rivais em avanços tecnológicos. Esses investimentos são, também, usados como forma de a empresa (SBC) provar que a aquisição da AT&T Wireless é uma boa oferta, combinada com a Cingular.
A SBC estaria planejando ofertar handsets duais celular/Wi-Fi e serviços, uma conta única e um serviço de Seamless Handoff junto com os serviços da Cingular, o que proporcionaria mais espectro para a Cingular, de forma a permitir que seus assinantes alternassem para conexões de VoIP via Wi-Fi no escritório ou em um hotspot (ponto de acesso), dando mais espaço para os assinantes de celulares. O serviço combinado seria oferecido para o Mercado Corporativo e, depois, para consumidores. Seria um complemento da estratégia da empresa em Wi-Fi quando apostou nos seus planos de VoIP e nas parcerias com Wayport, Mcdonalds, UPS e outros. A infra-estrutura de Seamless Handoff, bem como os handsets convergentes seriam, então, indispensáveis para esta estratégia, seja em relação ao preço, à escala, ou à qualidade. [15]
No Brasil não se observa atualmente essa visão empreendedora das operadoras de Wi-Fi para implementação de algo mais específico nessa direção. Embora, acredita-se que poderiam ser feitas composições de operadoras com essa finalidade. Já com relação à FMC, é a isso que começam a se direcionar as operadoras brasileiras. A Brasil Telecom S.A. e a Brasil Telecom Participações inauguraram, em 2004, a Aliança para Convergência Fixo-Móvel (do inglês FCMA, Fixed-Mobile Convergence Alliance), tendo como fundadoras seis das operadoras líderes mundiais em telecomunicações: Rogers Wireless, British Telecom, Brasil Telecom (BrT), Korea Telecom, Swisscom, NTT Com. A aliança gerou a expectativa de incentivar outras grandes operadoras de telecomunicações a buscar o investimento de serviços convergentes.
A BrT diz participar desta iniciativa a fim de, com suas parceiras na FMCA, desenvolver soluções inovadoras e convergir seus serviços de telefonia fixa e móvel. A British Telecom foi a primeira a ocupar a presidência da aliança (e a Rogers Wireless assumirá a Vice-Presidência), sendo esta rotativa, mudando a cada 12 meses. Além dos membros fundadores, outras operadoras de todo o mundo já manifestaram interesse em participar da FMCA. Atualmente, 24 empresas participam, dentre elas a AT&T e a China Telecom. A Brasil Telecom é a única empresa da América Latina na aliança. [16]

As Tecnologias Envolvidas

Pode-se afirmar que a NGN (Next Generation Network, Rede de Nova Geração), será o principal fator edificador da FMC, sendo o motor do impacto no conceito de convergência. As Redes de Nova Geração baseiam-se intrinsecamente em arquiteturas de protocolo IP e este protocolo tem se mostrado a forma mais flexível de oferecer serviços de voz, dados e vídeo através de uma mesma rede. Outra importante característica é sua capacidade de convivência com soluções legadas (por exemplo, redes TDM, POTS e PSTN) situadas em suas bordas. [17] [18] [19]
Deseja-se ter acesso instantâneo e de alta qualidade em informações de multimídia, uma variedade de produtos e serviços locais e remotos através do mundo. Contudo, as atuais redes de telecomunicações suportam serviços de voz e dados em plataformas independentes e têm enorme parte da rentabilidade ligada aos serviços de voz, gerando dúvida sobre como garantir aumento de faturamento, uma margem operacional otimizada e realizar novos investimentos em serviços com expectativa de crescimento.
O conceito NGN relaciona-se a uma idéia bastante simples: transportar toda informação que corre pela rede em pacotes digitais que usam protocolo IP (Internet Protocol). Esses pacotes seriam capazes de transportar vídeo, arquivos, e-mails, conversas telefônicas, dentre outros.
Um conceito de NGN aceito pela GSC (Global Standard Collaboration) é a definição do Instituto Europeu de Padrões de Telecomunicações (ETSI, European Telecommunications Standards Institute): NGN é uma definição e utilização de redes, que devido à separação formal em diferentes camadas e uso de interfaces abertas, disponibilizam para os provedores de serviços e operadoras uma plataforma capaz de criar, oferecer e gerenciar serviços inovadores. É cada vez mais necessário se disponibilizar uma solução de rede extremamente flexível para que se permitam serviços diferenciados e sob demanda. Deve também ser viável a agregação de desempenho e confiabilidade da atual infra-estrutura das redes de telefonia e de dados, e a sustentação do crescimento de novas demandas.
Aqui serão reforçados alguns fatos motivadores para que as Telcos introduzam a NGN e caminhem para a convergência:
Para superar o dilema entre resultado financeiro das redes existentes e a efetivação de investimentos em serviços com perspectiva de crescimento, pode-se criar redes com capacidade de convergir serviços de Voz, Dados e Vídeo, além de se sustentar uma gama de novos serviços em banda larga e acomodar o legado.
O aumento explosivo da Internet é real, com a crescente demanda por serviços diferenciados, em particular os ligados ao entretenimento que requerem uma largura de banda cada vez maior e crescente taxa de transporte que garanta a qualidade e o desempenho esperado pelo usuário, acarretando, assim, queda nas tarifas de conectividade e, por conseguinte, das receitas médias geradas por usuário. Desta forma, a migração de plataformas de telecomunicações para um ambiente que associe as vantagens tecnológicas do protocolo IP (flexibilidade e rapidez no provimento) às vantagens das tecnologias TDM tradicionais (proteção de rede, desempenho, confiabilidade) é fator crucial para o sucesso futuro de empreendimentos nos segmentos de operadoras de serviços de telecomunicações e corporativo.

Tecnologias Núcleo

Muitas Telcos estão adotando o padrão SIP (Session Initiation Protocol) para seus serviços de próxima geração e vêem subsistemas como o IMS (IP Multimedia Subsystem) como componentes importantes na criação e controle de aplicações IP de tempo real e de alto valor adicionado, tais como conferência em jogos multiplayers, multimídia, “mensagemria”, VoIP e como também a flexibilidade de ofertar serviços compostos tais como abrir circuito de chamada de voz no meio de uma sessão de IM (Instant Messaging) e também a habilidade de iniciar uma aplicação de compartilhamento de vídeo no meio de uma chamada de voz. A solução é padronizada internacionalmente pelo órgão responsável pela padronização das redes de Terceira Geração, o 3GPP. [20] [21] [22]
Ao contrário de uma nova estrutura verticalizada, em que a cada inserção de uma nova aplicação uma estrutura especial para suportar tal serviço é requisitada, na rede o IMS é centrado no chamado core da malha, com uma infra-estrutura comum ao controle de todas as aplicações. Na figura 1 anexa pode-se ver a estrutura do IMS.
A inclusão do IMS (IP Multimedia Subsystem) permitirá que serviços multimídia possam ser aplicados no contexto da FMC. Embora o conceito NGN seja abordado sobre o núcleo da rede, a construção de uma Rede de Nova Geração exige acessos adequados.
Interessante para as Telcos é iniciar a convergência com o Acesso e Backhaul, pois estes já estão, na maioria dos casos, baseados em protocolo IP.
O protocolo RADIUS (Remote Authentication Dial In User Service), comumente referenciado como AAA (Triple A) tem sua arquitetura mostrada na Figura 2 anexa. Os recursos AAA (Autenticação, Autorização e Contagem) têm a flexibilidade para permitir um elevado nível de detalhamento dos direitos de acesso e para criar zonas de quarentena para pontos terminais não compatíveis, além da capacidade de bloquear inteiramente o acesso não autorizado. [23]

Tecnologias de Acesso

A rede denominada UMA foi organizada por um grupo de vendors (tais como Alcatel, Motorola, Nokia e Sony Ericsson) e provedores de serviços com o objetivo de criar uma especificação “agnóstica” que suportasse o acesso a Redes de Telefonia Celular.
Na versão inicial de uma rede UMA, um dispositivo móvel é equipado com um Rádio Não Celular e conectado a um Controlador de Rede UMA (UNC). Usando IPSec, o dispositivo UNC cria um “tunelamento” na rede celular. Uma vantagem chave nesta ligação é que a rede celular opera com itens de uma arquitetura AAA, utilizando protocolos já criados para as Rede Móveis Celulares pelo 3rd Generation Partnership Project (3GPP), não precisando de nada novo. [24] [25]
O usuário pode usar modo GSM ou modo UMA. Todo tráfego de voz, tanto no modo GSM quanto UMA, é comutado pela rede do serviço SMP (transportado sobre acessos banda larga, extensão do UMA). O UMA não tem qualquer ligação com o STFC (Serviço de Telefonia Fixa Comutada) ou serviço VoIP. A Figura 3 anexa mostra o exemplo de uma rede que disponibiliza serviço UMA. [26]
Atualmente existe uma grande dúvida no mercado mundial em apostar nos Dispositivos Híbridos na tecnologia Bluetooth ou apostar na tecnologia Wi-Fi, como grandes empresas têm feito, conforme já dito neste artigo. [27] [28]
Existem divergências entre Telcos, pois algumas consideram a “janela de oportunidade” pequena e querem sair logo com Bluetooth.
O primeiro caso é o da sul-coreana Korea Telecom, e o segundo é o da britânica BT que ainda está titubeante na estratégia de lançar o serviço com novos telefones Bluetooth e, depois, migrar para Wi-Fi. A corrente contrária ao Wi-Fi afirma que esta tecnologia é mais difícil de ser manipulada que o Bluetooth pelos usuários comuns. O Wi-Fi vai precisar de maior capacitação dos usuários das Operadoras.
Um dispositivo Bluetooth que faz o papel do "mestre" pode se comunicar com até 7 dispositivos que fazem o papel do "escravo." Esta rede de grupo de até 8 aparelhos é chamada 1mestre+7escravos).
O protocolo de Bluetooth opera na faixa de ISM licença-livre a 2,45 GHz. Para evitar interferência com outros protocolos que usam faixas próximas, ele divide a sua em 79 canais (cada 1 MHz largo) e muda de canais até 1600 vezes por segundo. Implementações com versões 1.1 e 1.2 têm velocidades de alcance de 723.1kbits/s. As implementações com versão 2.0 caracterizam Bluetooth Enhanced Data Rate (EDR) e alcançam 2.1Mbits/s. [29]
A hField Technologies criou uma nova antena USB que amplia o alcance de sinais em redes sem fio para até 305m de distância. O dispositivo foi regulamentado pela FCC, comissão americana de comunicações que determina padrões de controle de interferência de aparelhos, e está sendo vendido. [27] [30]
A figura 4 anexa mostra que a principal componente da rede, estação base, funciona como hotspot wireless e como roteador de pacotes IP. Os roteadores Gateway (GW) são hotspots com o resto da Internet e funcionam como agente do MIP (Mobile IP). O roteamento do celular IP entrega os pacotes do GW para o host móvel.
A comunicação inicial entre o hotspot e o aparelho celular ocorre da seguinte forma:
Power Up: Chegada inicial a um domínio. Passo 1: Detecção, percebe-se o novo domínio e é gerada uma mensagem update. Passos 2, 3, 4: Alteração da tabela de encaminhamento com informação referente à localização atual do terminal e entrega da mensagem para nó ascendente (até GW). Handoff: movimentação dentro do próprio domínio, quando se passa do domínio de uma estação base para outra. Passos 1, 2: Semelhante ao PowerUp. Passo 3: Recepção do registro pelo nó crosshover, suficiente para entrega correta de pacotes de dados na nova localização. Passo 4: Atualização das entradas de encaminhamento anteriores. [31] [32]
O aumento do tamanho do mercado de Banda Larga no mundo e o aumento número de usuários privados de WLAN ajudarão a “amadurecer” o mercado de soluções de FMC.
A tecnologia VoIP vai exercer um peso adicional no Movimento Fixo-Móvel proporcionando as sinergias de longo prazo e a aceitação dos Portais de Internet como um meio de gerenciamento de telefonia;
O WiMax será um grande estimulador do Mercado de Banda Larga nos próximos anos cujas primeiras ofertas padronizadas chegam agora em 2005 e ajudará a reduzir os custos dos serviços de Banda Larga comparativamente com as ofertas atuais. O WiMax (Worldwide Interoperability for Microwave Access) já tem suporte intrínseco ao QoS diferentemente do Wi-Fi que precisa do padrão adicional IEEE 802.11e para ter suporte ao QoS (Quality of Service).
A Intel anuncia notebooks com disponibilidade de WiMax para este ano e nos Telefones Móveis para 2007.
O WiMax é um padrão de BWA (Broadband Wireless Access ) para ser utilizado na última milha e atualmente trabalha com o IEEE 802.16d, que é o padrão de Acesso sem Fio de Banda Larga Fixa (WiMax Fixo) e cujos equipamentos farão os testes de aderência ao padrão e de interoperabilidade no 2S04 e estarão disponíveis comercialmente no 1S05. 802.16e é o padrão de Acesso sem Fio de Banda Larga Móvel, WiMax Móvel (assegurando conectividade em velocidades de até 100 Km/ha). O padrão 802.16d opera em faixa de freqüências de 2 a 11 GHz e o 802.16e de 2 a 6 GHz. [34]
O WiMax pode transportar IPv4, IPv6, Ethernet ou simultaneamente com QoS. Os Projetos Pilotos de WiMax que estão ocorrendo no mundo atualmente são de Pré-WiMax. São equipamentos que não foram testados para saber se atendem ao padrão de WiMax Fixo e se também atendem a requisitos de interoperabilidade.

Fixo- Móvel No Brasil

A Convergência no Brasil ainda é tratada em termos de Dispositivos. A Brasil Telecom foi a primeira operadora de telefonia brasileira a considerar a opção de convergência em suas operações. A FMCA, como já dito neste arquivo, foi formada com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de produtos e serviços com FMC para clientes da área fixa e celular dos membros fundadores.
Este ano, a BrT fez o lançamento do “produto convergente e único”, com que o cliente poderá, com um único aparelho (celular+ponto de acesso), receber e/ou originar chamadas do telefone fixo ou móvel, não precisando administrar duas ou mais agendas de telefone e economizando financeiramente. Mas o serviço só pode ser usado com o aparelho Motorola V3.
A BrT é uma das Telcos ativas nesta área, misturando investimentos próprios e também utilizando Rede Pública de Wi-Fi de terceiros, como é o caso da VEX, que é o único WISP brasileiro.
A TELEMAR, que já vinha tentando unir operações fixa e móvel, acelerou em 2004. A união exige uma estratégia coordenada baseada numa visão de futuro e aonde a operadora quer chegar. A empresa (hoje composta com a Oi) foi a primeira operadora brasileira a lançar Wi-Fi e disponibilizou sistemas de conta e pré-pago desse tipo.
Rodrigo Dienstman, então vice-presidente da GVT, afirmou, na matéria Duas redes, um telefone, do World Telecom, que a empresa aposta tudo na Telefonia IP. A GVT fez um grande alvoroço no mercado como sendo a 1ª Telco nacional a assumir a Telefonia VoIP.
Como o maior interesse pela nova onda convergente é claramente das empresas de telefonia fixa, não é conhecido nenhum interesse da Vivo ou da Claro em relação a Serviços Convergentes.
A Telefónica, única exceção no Brasil com rede própria e sem depender da VEX, caminha a passos largos em Wi-Fi. Ela deve ser uma grande promessa de Wi-Fi, não só no Brasil, como na América Latina toda. Eles chegaram a 511 hotspots no final de 2004. [35]

Conclusão

As redes híbridas são de grande importância, neste momento. É interessante notar que há um movimento em integrar softwares convencionais às redes VoIP, bem como em oferecer soluções de plataformas virtuais que operam em sistema híbrido, possibilitando uma transição menos traumática. Esta alternativa mostra-se totalmente viável para call centers e corporações de todos os tamanhos, enfim, para a maioria das organizações, embora a economia ainda não seja atrativa o bastante para migrar de um sistema mais antigo.
A exemplo de outras tecnologias que ficaram totalmente obsoletas, como o celular analógico, a migração é uma proteção do sistema em longo prazo, simplesmente porque sistemas tradicionais não estarão disponíveis nos próximos anos. De qualquer forma, enquanto não é possível obter grandes ganhos, é interessante se pensar em fazer a migração gradativa. As redes híbridas configuram-se uma excelente alternativa, neste sentido. Independentemente da tecnologia usada, o consumidor só tem a ganhar, em tarifas e qualidade de serviço. Constata-se, também, que a empresa de telefonia celular que não se unir a uma de rede fixa tem tendência de perder mercado.

Referências Bibliográficas

[1] Convergence evolves from buzz word to market reality, extraído de www.fiercewireless.com/blog/date/2005-12-23 em 30/08/2006. Fierce Wireless, Fierce Markets, 2005.
[2] www.wirelessbrasil.org/, com acesso realizado em 30/08/2006
[3] Fixed-Mobile Convergence Reality Check, extraído de www.heavyreading.com em 30/08/2006
[4] Fixed only players need mobile, extraído de www.ovum.com em 01/09/2006
[5] www.verizon.com
[6] www.sprint.com/
[7] www.cingular.com
[8] www.attwireless.com
[9] www.convergenciadigital.com.br
[10] Kessler, Michelle. Wi-Fi providers begin to share access. USA Today. 2004, USA.
[11] www.aliceramos.com/conver/0023.asp
[12] tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI728732-EI4796,00.html
[13] www02.sbc.com/Products_Services/Business/ProdInfo_1/1,,1315--1-1-6,00.html
[14] www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/eduardo_prado/artigo_05.html
[15] www.teleco.com.br/emdebate/eprado06.asp
[16] www.brasiltelecom.com.br
[17] http://en.wikipedia.org/wiki/TDM
[18] http://en.wikipedia.org/wiki/Plain_old_telephone_service
[19] http://en.wikipedia.org/wiki/PSTN
[20] http://en.wikipedia.org/wiki/Session_Initiation_Protocol
[21] http://en.wikipedia.org/wiki/IP_Multimedia_Subsystem
[22] http://en.wikipedia.org/wiki/Instant_Messaging
[23] Guia de Soluções: Segurança de Rede Integrada da Cisco: Construindo uma Rede de Auto Defesa http://www.cisco.com/global/LA/microsites/doc/sdnsolguipor.pdf#
[24] http://en.wikipedia.org/wiki/IPSec
[25] www.3gpp.org
[26] http://www.wi-fiplanet.com/voip/article.php/3404821
[27] http://en.wikipedia.org/wiki/Bluetooth
[28] http://en.wikipedia.org/wiki/Wi-Fi
[29] http://en.wikipedia.org/wiki/Protocol_%28computing%29
[30] http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI1122940-EI4796,00.html
[31] Comer, D. E., Internetworking with TCP/IP v.1, Prentice Hall, Upper Saddle River, New Jersey, 2000
[32] http://www.comet.columbia.edu/cellularip/pub/pcs2000.pdf
[33] http://en.wikipedia.org/wiki/Quality_of_Service
[34] http://en.wikipedia.org/wiki/Wimax
[35] http://www.wirelessbrasil.org/eduardo_prado/convergencia_fixo_movel/portal.html#introducao

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